Você simplesmente decide que quer me ver, após tanto tempo, um domingo e uma taça de vinho. E eu, não consigo descrever o que estou sentindo pela primeira vez em anos. Quer dizer, eu também quero te ver, quero usar as palavras novas que ensaie com tanta dedicação, quero poder olhar pra sua cara de nem aí com cabelo ainda meio amassado demonstrando sua total ressaca de sexta á noite e o seu sorriso irônico de sempre. Você insiste e diz que pode ser no domingo, sempre no domingo porque é o dia perfeito para repousar do lado de alguém completamente apaixonada pelas suas investidas e inteiramente nostálgica pelo seu cheiro. E eu, sinto que não preciso mais te ver, não quero mais o domingo. Não quero te ouvir contar de como vai o seu trabalho ou seu apê novo naquele bairro distinto da cidade. Pela primeira vez, não tenho a ínfima curiosidade mórbida de saber como vai você. Não sinto mais nada ao escutar aquela música, seu nome ecoando por aí não me prende mais, não antecipo notícias suas, fiz questão de colocar minha vida em dia. Descobri que por aí existem mesmo novas pessoas e novas histórias e um cara feito você não merece ser chamado de "meu mundo". Descobri que o mundo é reconhecer quem realmente está do meu lado, quem realmente para pra me dar atenção e quer me ver em todos os outros dias da semana ou cinquenta e três incansáveis vezes ao dia. E então, vamos deixar combinado assim: Você continua sendo você mesmo e esquece que já me viu por aí. Esquece as coisas de amor que te falei um dia. E usando uma frase dita por você eu coloco o devido ponto final onde todos esses anos eu insisti em ver reticencias: Neste domingo, não vai dar pra ir te ver, pois, de hoje em diante, meus domingos não precisaram de você.

 Jeisy Costa.

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